De acordo com um estudo realizado pelo Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA), Mato Grosso é o estado com o maior número de mortes no trânsito causadas pela ingestão de álcool na direção de veículos.
O estudo, baseado em acidentes registrados em 2022, revelou que o estado apresentou uma taxa de mortalidade de 10,6 por 100 mil habitantes. A maioria esmagadora dos mortos eram homens, com 337 óbitos, enquanto as mulheres registraram 44 mortes.
A doutora em sociologia e coordenadora do CISA, Mariana Thibes, explicou que essa diferença de gênero é histórica e associada à construção da masculinidade no Brasil.
“Muitos homens acreditam que consumir bebida alcoólica não vai afetar a capacidade deles de conduzir um veículo, inclusive alguns até associam isso à força. Existe essa crença por trás desse comportamento, que é um grande mito. A ciência mostra que qualquer dose de álcool já é capaz de afetar os reflexos do condutor”, disse.
O Brasil tem uma das legislações mais rigorosas do mundo sobre consumo de álcool e direção de veículos automotores. Dirigir sob efeito de álcool em qualquer quantidade é considerado crime no país1. A Lei nº 11.705, de 19 de junho de 2008, conhecida como Lei Seca, foi aperfeiçoada ao longo dos anos. Ela estabelece tolerância zero para a presença de álcool no sangue de condutores e punições que vão de multas à prisão, como em casos de acidentes que resultem em homicídio culposo ou lesão corporal.
Em resposta a esses números alarmantes, o Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso realizou o 1º Encontro Nacional do Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito de Mato Grosso. A diretora do Detran afirmou que a meta é reduzir em 50% o número de mortes e lesões no trânsito em MT.